sábado, 9 de abril de 2011

Prazer/prazeres da vida

Eu vivo de prazeres. Com isso não estou dizendo que a minha vida é um "mar de rosas" (cruzes! a idéia de um mar de rosas não me empolga nenhum pouquinho. De onde será que surgiu essa expressão?). Afirmo apenas que não são as turbulências que me fornecem a energia vital que preciso pra viver bem. O que me dá motivação, energia, o que me impede de ficar  "doida varrida", deprimida ou estagnada, andando em círculos sem novas perspectivas é poder sentir prazer.
Volto a dizer, sem querer parecer promíscua, que o prazer é que torna a vida possível. Pequenos e grandes prazeres cotidianos. Prazeres que só posso sentir nesse meu corpo cheio de sentidos, alguns mais aguçados, outros menos, prontos pra serem estimulados.
Eu não diria que sinto alegria de viver com a mesma segurança que posso dizer que sinto prazer em estar viva. Posso passar dias sem ter alegria, mas não vivo sem prazer. O corpo pede, busca, vibra por prazer. Sem prazer nada faz sentido.
Sinto prazer em dormir numa cama cheirosa - a sós ou acompanhada.
Sinto prazer em ver o meu filho dormir largado, confiante. E quando o beijo e sinto seu cheirinho de suor, de dormido... uma sensação de prazer me invade a alma.
Sinto prazer em tomar um bom café da manhã - café com leite quente, pão com nata e "chimia" de uva. Delicioso! Se é final de semana e posso dormir mais e encrementar o café da manhã, o prazer é ainda maior.
Sinto prazer quando começo o dia com um "bom dia" honesto. E quando consigo cumprir bem o meu papel profissional.
Sinto prazer  quando vejo um filme, quando escuto uma música de qualidade, quando provo uma boa receita, quando sinto a boca inundar de desejo.
Sinto prazer com a beleza de uma imagem, uma paisagem, um gesto, um objeto, um alguém.
Sinto prazer quando sinto reciprocidade no olhar e cumplicidade no sorriso. Dá prazer ser amada.
Sinto prazer quando recebo um elogio, uma proposta boa de trabalho, um convite pra tomar chimarrão, um e-mail desejando: boa sorte, feliz aniversário, boa semana, ou um sms do tipo: lembrei de vc, to c/ saudades, to indo ai. 
Sinto um enorme prazer em caminhar pelas ruas sozinha, sem pressa, olhando o tempo, as pessoas, as vitrines, respirando liberdade, sentindo o clima, planejando o jantar, deixando as horas passar.
Sobretudo, sinto prazer quando descubro uma poesia, um livro novo ou uma autora que traduz meu momento, meu ciclo, minha fase ou minhas inspirações. 
Fazer sexo pode ser muuuito prazeroso também. Não é como comer um chocolate que voce prova, acha bom e pronto. O sexo é um prazer condicionado... são tantas coisas que influenciam. Ou não??? 
Há uma série de coisas que dão prazer que são menos condicionadas ao momento, se estou me sentindo bem ou não. Elas são prazerosas porque são. Por exemplo, cuidar de mim: tomar um banho demorado, ir ao salão fazer as unhas (meu lado dondoca), ganhar colo, massagem, cafuné, ... eu posso estar acabada que essas coisas dão um prazer danado e, se estiver feliz... prazer dobrado.
Há tantos prazeres ainda por descobrir ou reconhecer... Os prazeres da vida, dizem, são passageiros. Eu até concordo... vão e vem infinitamente sem que eu possa retê-los. Não existe prazer para sempre... é uma sensação, uma vibração, um instante. Por isso, vivo de prazeres plurais e ainda que não os tenha como posse, sei que eles me pertencem e seguramente posso chamá-los de meu/meus, exclusivos e particularmente meus.

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