sábado, 27 de novembro de 2010

Brindis - Soledad Pastorutti




Seguir siguiendo al corazón
y coquetear con la intuición
seguir creciendo y esquivando las rutinas
seguir soñando en un rincón
seguir creyendo que hay un Dios
que me endereza de un tirón la puntería
Siempre me voy detrás de lo que siento
cada tanto muero
y aquí estoy
tantos desiertos que crucé
tantos atajos esquivé
tantas batallas que pintaron mis heridas
tantos incendios provoqué
tantos fracasos me probé
que no me explico como canto todavía
y es que siempre voy detrás de lo que siento
cada tanto muero
y aquí estoy
por esos días por venir
por este brindis para mi
por regalarle a la intuición el alma mía
porque los días se nos van
quiero cantar hasta el final
por otra noche como esta doy mi vida
tantos festejos resigné
tantos amigos extrañé
tantos domingos muy lejos de mi familia
tantas almohadas conocí
tantas canciones me aprendí
que los recuerdos me parecen de otras vidas
siempre me voy detrás de lo que siento
cada tanto muero
y aquí estoy
tantas palizas esquivé
tantas traiciones me compré
tantos enojos me hicieron mostrar los dientes
con mil abrazos me cuidé
con mil amores me curé
juntando heridas sigo creyendo en la gente
siempre voy detrás de lo que siento
cada tanto muero
pero hoy no
por esos días por venir
por este brindis para mí
por regalarle a la intuición el alma mía
porque los días se nos van
quiero cantar hasta el final
por otra noche como esta doy mi vida
y en esas noches de luna
donde los recuerdos son puñal
me abrazo a mi guitarra
y canto fuerte mis plegarias
y algo pasa, pero ya nada me hace llorar
yo me abrazo a mi guitarra
y canto fuerte mis plegarias
y algo pasa, pero ya nada me va a cambiar.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Mulheres de Edward Hopper














Edward Hopper (22/07/1882 a 15/05/1967) , pintor norte-americano famoso por retratar a solidão e a melancolia do cotidiano de uma sociedade marcada pelos efeitos da Segunda Guerra Mundial.
Para maiores informações visitar o site:  http://www.hopper.com.br/

Tristeza

Tristeza é algo que não se deseja, que não se sonha, que não se busca, não é um ideal que almejamos, felicidade, sim.
A tristeza é aquela visita indesejada que chega sem avisar e vai invadindo o seu espaço até tomar conta de tudo. Dependendo da  recepção e do trato que damos à ela, pode ficar algumas horas, dias, meses, anos ou até fazer morada em nós.
Li recentemente algo do tipo: "voce não pode evitar que o pássaro da tristeza pouse sobre sua cabeça, mas pode impedi-lo de fazer ali o seu ninho".
Por isso, quando a tristeza se aproximar o melhor é não ser gentil com ela, tampouco aconselho a ser indiferente pra que ela não volte outro dia ainda mais amargurada.
Eduard Hopper, pintor que gosta de retratar cenas de melancolia, diz  que pra se sentir alegria é preciso compreender a tristeza. Porque toda emoção altera nossa forma de pensar e interpretar. Ele afirma que, em última análise, a tristeza é um estado emocional complexo que nos ajuda a definir nossos conceitos e valores fundamentais.


Rubem Alves ao falar sobre o tema cita a teóloga Dorothee Sölle para quem "a presença divina nunca é presença observadora: a presença divina é sempre dor ou alegria de Deus. Mas, o que distingue a tristeza divina das tristezas do mundo? pergunta o apóstolo dos gentios. Tristeza do mundo é tristeza que gira em torno de si mesma, patina sem sair do lugar. É tristeza que paralisa no remorso, na lástima, no mórbido ruminar as faltas passadas, na lamuria sem fim. Nada se transforma, nada se metamorfoseia, nada muda. É tristeza que não conhece a esperança, o futuro, por estar afogada no passado. É Tristeza que mata, que corrói, que faz adoecer. Como exemplo, atente-se às tristezas próprias do mundo da aparência: a anorexia, a bulimia, sofrimento de um corpo que morre para parecer belo. Ou a tristeza do consumo: esse mal-estar diabólico que leva do nada a lugar nenhum. A tristeza da guerra, da destruição que faz morrer a palavra e perpetua o ódio.
A tristeza segundo Deus, porém, produz mudança, movimento, superação, transformação, produz vida. É tristeza que não patina nas culpas, mas avança na responsabilidade. Tristeza de parturiente, que traz a esperança e o futuro no ventre. É tristeza que gera a sagrada ira, a santa indignação, o grito, a libertação."


Em tempos onde se vende a felicidade como um bem de consumo e cujo modelo de "sucesso na vida" é um sorriso do tipo propaganda de creme dental, é bom saber que um pouco de tristeza e melancolia não faz mal a ninguém.

Musica pra viver melhor

Dizem que "quem canta seus males espanta"... discordo apenas no "seus".
Quem canta espanta os seus próprios males e os de quem ouve também.
Agora, quem canta
e canta afinadinho
e se deixa acompanhar por outras vozes,
por corpos e instrumentos ritmados
e sabe escolher a canção...
Não apenas espanta os males como também
Faz um bem danado!!!
Uma canção bem cantada é como uma porção de vida espalhada por ondas sonoras.
Bom mesmo é a gente se deixar tocar por ela de vez em quando pra viver com melhor vibração.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Canção de ninar para Victor, meu negrito.

Huáh, manda, manda seu ventinho
Uma brisa de carinho
Vem me tocar.



Que a vida nos possibilite momentos de simplicidade, conforto e segurança como o som de uma canção de ninar antes do adormecer ... Boa semana!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Me desordeno, amor, me desordeno

Carilda Oliver Labra
(Matanzas, 1924)

Me desordeno, amo
Me desordeno, amor, me desordeno
cuando voy en tu boca, demorada;
y casi sin por qué, casi por nada,
te toco con la punta de mi seno.

Te toco con la punta de mi seno
y con mi soledad desamparada;
y acaso sin estar enamorada
me desordeno, amor, me desordeno.

Y mi suerte de fruta respetada
arde en tu mano lúbrica y turbada
como una mala promesa de veneno;

y aunque quiero besarte arrodillada,
cuando voy en tu boca, demorada,
me desordeno, amor, me desordeno.


(Carilda Oliver Labra - Poetisa de Matanzas/Cuba, 1924)
Me desordeno, amor, me desordeno

Me desordeno, amor, me desordeno
cuando voy en tu boca, demorada;
y casi sin por qué, casi por nada,
te toco con la punta de mi seno.

Te toco con la punta de mi seno
y con mi soledad desamparada;
y acaso sin estar enamorada
me desordeno, amor, me desordeno.

Y mi suerte de fruta respetada
arde en tu mano lúbrica y turbada
como una mala promesa de veneno;

y aunque quiero besarte arrodillada,
cuando voy en tu boca, demorada,
me desordeno, amor, me desor
e toco con la punta de mi seno
y con mi soledad desamparada;
y acaso sin estar enamorada
me desordeno, amor, me desordeno.

Y mi suerte de fruta respetada
arde en tu mano lúbrica y turbada
como una mala promesa de veneno;

y aunque quiero besarte arrodillada,
cuando voy en tu boca, demorada,
me desordeno, amor, me desordeno

sábado, 13 de novembro de 2010

Poesia com notas musicais - Chico Cesar

Dona do Dom

Dona do dom que Deus me deu
Sei que é ele a mim que me possui
E as pedras do que sou dilui
E eleva em nuvens de poeira
Mesmo que às vezes eu não queira
Me faz sempre ser o que sou e fui

Eu quero, quero, quero, quero ser sim
Esse serafim de procissão do interior
Com as asas de isopor
E as sandálias gastas como gestos de um pastor

Presa do dom que Deus me pôs
Sei que é ele a mim que me liberta
E sopra a vida quando as horas mortas
Homens e mulheres vêm sofrer de alegria
Gim, fumaça, dor, microfonia
E ainda me faz ser o que sem ele não seria
Eu quero, quero, quero, é claro que sim
Iluminar o escuro com meu bustiê carmim
Mesmo quando choro
E adivinho que é esse o meu fim

Plena do dom que Deus me deu
Sei que é ele a mim que me ausenta
E quando nada do que eu sou canta
E o silêncio cava grotas tão profundas
Pois mesmo aí na pedra ainda
Ele me faz ser o que em mim nunca se finda

Eu quero, quero, quero, quero ser sim
Essa ave frágil que avoa no sertão
O oco do bambu
Apito do acaso
A flauta da imensidão


A FORÇA QUE NUNCA SECA

Já se pode ver ao longe
A senhora com a lata na cabeça
Equilibrando a lata vesga
Mais do que o corpo dita
Que faz o equilíbrio cego
A lata não mostra
O corpo que entorta
Pra lata ficar reta
Pra cada braço uma força
De força não geme uma nota
A lata só cerca, não leva
A água na estrada morta
E a força que nunca seca
Pra água que é tão pouca