Relutei o dia todo se ia ou não escrever algo sobre o Dia Internacional da Mulher.
Não vejo motivos para celebrar esse dia uma vez que me sinto um tanto desconectada com as lutas e conquistas das mulheres... o meu gesto mais concreto em favor da coletividade nos últimos tempos foi o voto.
Não vejo motivos para ser parabenizada ou parabenizar alguém pelo simples fato de ser mulher e/ou ter uma vagina - uma vez que nem todo mundo que tem uma vagina é mulher e nem toda mulher tem vagina. Complicado né?
Um dia de retrospectiva histórica, memória, faz sentido. Nossos direitos não foram presenteados, nossas conquistas não cairam do céu e feminismo não é antonimo de machismo, como muitas/os pensam.
Hoje também pode ser um bom dia para dar visibilidade às mulheres que dão a sua contribuição para construção de uma sociedade mais integrada e com menos divisões entre classes, etnias, gêneros, culturas e identidades. Mulheres que são admiráveis pelos seus feitos, por sua personalidade, pelas idéias, pelas atitudes, ou seja, mulheres que criam... conceitos, valores, espaços, gente, vida.
São mulheres cujas trajetórias merecem ser lembradas para servir de inspiração e motivação para tantas outras. Como bem disse a nossa presidenta, quando uma mulher "chega lá" (tradução: chega ao poder, conquista lugar de destaque) ela está mostrando para todas as outras: "sim, nós podemos".
Muitos/as dirão: nem toda mulher merece ser exaltada. Eu concordo. Tem também mulheres ordinárias, corruptas, cretinas, vigaristas... que estão aí pra mostrar que sim, nós também podemos ser desprezíveis.
O que não é de todo mal porque nos lembra que podemos fazer escolhas e isso é o que eu desejo para TODAS as mulheres, a igualdade de oportunidades e de direitos para poder fazer escolhas.